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O Amor no tempo da Velocidade



A velocidade da vida moderna é espantosa.

Claro, os dias continuam tendo 24h, cada hora 60 minutos e cada minuto 60 segundos. Mas temos fome de tempo. Estamos sempre ocupados, sempre apressados. O tempo passou a ser o mais escasso dos recursos.


O mundo tem pressa e vivemos com ansiedade imersos em uma bolha repleta de compromissos que ocorrem paralelos: respondemos e-mails durante reuniões, almoçamos atendendo ligações, sentamos com amigos e para um café ou uma cerveja e ficamos conversando com outras pessoas pelos chats dos smartphones, saímos para passear com a família e passamos aquelas horas postando selfies para mostrar que “- Sim! Estamos aproveitando a vida!”; assistimos TV enquanto nossos dedos navegam ávidos pelas redes sociais, com medo de estarmos perdendo algo, pois queremos acompanhar tudo, o tempo todo.


A frenética jornada que nos submetemos não apenas na vida profissional, mas também na esfera pessoal não tem tornado as pessoas mais focadas, mais capazes ou felizes. Ao contrário, milhares de pessoas têm se queixado de distúrbios mentais, fadiga e frustração.

Esse mundo de velocidade transformou nossos dias e noites em um verdadeiro carrossel e a maioria das pessoas encontram sérias dificuldades não apenas para relaxar, mas também para refletir, criar e interagir.


E nesse cenário de velocidade contínua e foco fragmentado, como fica o amor? Essa experiência tão humana e essencial em nossas vidas?


Quando, em dezembro de 2018, decidimos tirar um sabático para iniciarmos novos projetos de vida, uma das motivações foi essa: queríamos mais tempo para interagir com a vida e com o mundo de uma forma mais autêntica e profunda. Buscávamos um estilo de vida com mais tempo para reflexão e com mais espaço para a criatividade.


E um dos fatores que mais nos uniu e ajudou a dar os primeiros passos nesse projeto de vida (que ainda está engatinhando, devagarinho, sem pressa) foi o fato de que compartilhávamos anseios semelhantes em relação ao futuro e aos valores que queríamos manter e cuidar em nossas vidas. Ou seja, o amor que sentíamos um pelo outro e que compartilhávamos em relação a projetos de vida futuro foi crucial para iniciarmos a jornada unidos e nos apoiando mutualmente.


“Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção”. (Antoine de Saint-Exupéry)

“Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção”. A frase de Saint-Exupéry tem sido uma constante em nossas vidas e acredito conter uma verdade para casais que querem construir um futuro comum e feliz.


E acreditamos que o primeiro passo para conseguir olhar na mesma direção passa por desacelerar o quotidiano, se desligar do veloz mundo digital algumas vezes durante o dia, olhar para dentro e prestar atenção, de forma honesta, sobre que tipo de pessoa e que tipo de vida queremos para nós, para em seguida compartilharmos com as pessoas que amamos esses anseios e encontrarmos os pontos que nos unem em relação a um futuro comum.


Depois é só ter coragem de começar a caminhada. De mãos dadas.


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