Sobre o nosso pedaço de mundo.
Portugal é um país lindo. Pequeno, aconchegante e repleto de paisagens interessantes. Acho que poderia viver lá sem grandes problemas de adaptação. Sério.
Mas sentiria falta de casa? Certamente. Nasci em Curitiba e voltei para cá quando tinha 15 anos de idade, depois de morar em muitas cidades do Brasil, por conta do trabalho de meu pai. Posso dizer que Curitiba em especial e as serras de araucárias que se estendem do PR ao RS, de forma mais genérica, são para mim aquilo que costumamos chamar de “cantinho no mundo”.
Tive a certeza disso quando em visita à Sintra, próximo de Lisboa, me deparei com uma araucária, em um parque da cidade (Parque da Pena), trazida do Brasil ainda na época da monarquia. A questão é que, quando em terras distantes nos deparamos com algo familiar, que nos remete para nosso lugar de origem, a sensação de proximidade com o lar nos contagia e a empatia é imediata. De pronto lembranças de casa nos invadem e a saudade vem à tona, mesmo que estejamos de férias, nos divertindo e aproveitando da melhor forma possível os dias que se sucedem e que tenhamos carinho e apreço pela terra que estamos visitando. Não importa: a nossa terra natal irá falar com força e nos fará lembrar dela.
“Memórias afetivas, podem ser despertadas por um cheiro, uma música, a brisa do mar, o gosto de um prato, a língua materna ou uma árvore no meio da paisagem, como ocorreu comigo”.
Essas lembranças, que chamamos de memórias afetivas, podem ser despertadas por um cheiro, uma música, a brisa do mar, o gosto de um prato, a língua materna ou uma árvore no meio da paisagem, como ocorreu comigo. Não importa. O que tornam esses momentos da vida especiais é que nos ajudam a entender de onde viemos, a qual lugar sentimos pertencer nesse mundo, mesmo que o mundo se torne maior do que quando iniciamos nossa jornada e por curiosidade acabemos percorrendo suas veredas de ponta a ponta.
O que te faz pensar em sua terra natal?
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