Tempo e experiências são os novos luxos.
Muito se tem falado nas pessoas que ao chegar em um ponto da vida, mudam radicalmente seus hábitos e estilo de vida, algumas trocam carreiras bem sucedidas e estabilizadas para iniciar outros projetos, que mesmo rendendo menos trazem maior significado, outras se mudam dos grandes centros para levar uma vida mais simples no interior.
Duas coisas chamam atenção nesse movimento: a primeira é que uma boa parte dessas pessoas não são jovens em busca de identidade e sonhos, são pessoas maduras da chamada Geração X e que simplesmente resolveram inflar velas, soltar amarras e navegar por novos mares e, agora que possuem algum patrimônio e os filhos estão criados, se arriscar em novas experiências e se reinventar como pessoas. A segunda é que não apresentam ingratidão com o passado que criaram (profissão, empregos, oportunidades, etc.), nem alegam que perderam tempo fazendo o que faziam, apenas precisavam se reinventar nessa segunda etapa da vida.
“Desapego não significa que não devemos possuir nada, mas sim que nada deve nos possuir".
O pano de fundo de muitas dessas decisões não está, portanto, em montar negócios para ganhar mais dinheiro, comprar uma casa maior ou trocar o carro por um importado de luxo. Ao contrário: a maioria dessas pessoas está atrás de uma vida mais simples, menos complicada, com menos estresse e com mais tempo, prazer e significado.
Essa filosofia de vida é defendida pelos minimalistas, adeptos de um movimento que vem ganhando força e que prega que desapego de bens não significa que não devemos possuir nada (como um monge), mas sim que nada deve nos possuir. Desapego nesse sentido traz mais liberdade e foco naquilo que realmente importa: tempo, pessoas e experiências de vida, não coisas.
Leveza para a felicidade
Esse conceito de que o caminho para a real felicidade seria levar uma vida mais simples, cercado de amizades, liberdade, reflexão e de conforto material básico (mas não de luxo), já foi apregoada tanto por estoicos quanto por epicuristas (com pequenas diferenças). Ou seja, estamos redescobrindo em pleno século XXI conceitos que filósofos gregos e romanos já defendiam muitos séculos antes de Cristo. Por que? Talvez porque, mesmo com toda a tecnologia à disposição, as necessidades essenciais do ser humano sejam as mesmas e que a leveza seja o que realmente conte para alcançarmos aquela tal felicidade.
E você? Já pensou em organizar a vida de uma forma mais leve? Conte pra gente!
Tenho 60 anos, solteira, sem ninguém, só alguns parentes que não convivem comigo e aposentada. Tenho vontade de mudar de casa ou talvez de cidade, mas tenho medo de ficar mais sozinha. Aqui, se eu precisar, alguém poderá me acudir. Sinto essa necessidade do desapego e viver uma vida mais leve na companhia de meus dois gatos.